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Não vale carregá! (quirica) 


Em cada época do ano predominavam certas brincadeiras, com exceção do futebol, que se praticava o ano inteiro. Cada brincadeira tinha o seu próprio ritual e os respectivos "cobras" que limpavam os "patos". 

No período vespertino predominavam as brincadeiras coletivas: futebol, bola de meia, taco, calha, pião, tampinha de garrafa, bolinha de vidro, carrinho de lata, perna de pau, burra e outros.

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Brincadeiras

 

 

Amarelinha

Consiste em um desenho no chão onde o jogador lança uma pequena pedra para marcar onde vai saltando de uma perna só para resgatar a mesma. Guanha quem terminar primeiro o circuito.

Bambolê

É um aro de madeira onde o jogador deve mantê-lo girando ao seu redor até que caia ou desista. Ganha aquele que permanecer mais tempo com o arco girando.

Bafo

Esta brincadeira envolve dois participantes, onde normalmente são apostadas "figurinhas". Dispostas uma sobre as outras, recebem do primeiro jogador um tapa com a mão em forma de concha, com mais ou menos intensidade. Aquela que conseguir virar a figurinha com a imagem voltada para cima, fica com a mesma. Ganha aquele que conseguir o maior número de peças. 

Barilote ou barrilote

Espécie de pandorga (pipa, papagaio,...) em forma de retângulo, onde na parte frontal a armação é arcada, onde no fio que arca é preso uma tira da mesma seda que ao soltar e manipular o barilote no ar faz um som característico, meio rouco. 

Bilboquê ou Boloquê

Artefato de madeira constituído por duas peças presas por um barbante onde aplicando-se um impulso sobre as mesmas devam se encaixar. Ganha o jogador que atingir o máximo de encaixes.

Balão

É uma brincadeira que utiliza um balão feito de papel de seda, armação de arame e bucha de material combustível. Apresenta-se de vários tamanhos, formatos e cores. A A brincadeira consiste em encher o balão com o ar quente da bucha acesa, soltá-lo e vendo-o subir ao céu. A diversão acontecia durante a realização dos folguedos juninos. 

Bolinha de vidro 

Consiste em cada jogador acertar a bolinha do adversário, expulsando-a de dentro de uma área, em forma circular, previamente demarcada. No centro desta área faz-se uma "bóca" que permite ao jogador, dali, atacar o adversário. 

Cabo de guerra

Prova de força entre dois participantes, ou grupo de participantes, que disputam qual deles resiste mais à força do outro através de uma corda. Ganha aquele que conseguir fazer o seu adversário atravessar a marca no chão que divide o meio do cabo. 

Jogo do Frade ou Bento Frade

- Bento, que Bento? - Frade!

- Fazer um bolo. - Bolo.

- Na boca do forno. - Forno.

- Fazer o que seu mestre manda?

- Faço, sim senhor!

- Ir buscar... (qualquer coisa que se mande).

O último a chegar apanha um bolo.

 

Jogo do medo

Pergunta-se a uma criança:

- Teu pai foi à caça?

Ela deve responder:

- Foi!

Faz-se nova pergunta:

- Teve medo?

Ela responde: - Não!

Sopra-se, então, os olhos dela e se ela os fechar, diz-se: - Teve, sim!

 

Jogo do soldado

Brilha, brilha meu, soldado,

Na porta do Capitão...

- Como posso eu brilhar

Se ainda me falta o calção?

(Cada um dos jogadores dá uma peça do uniforme: boné, espada, etc. Aquele que não der nada apanha um bolo com a pá da farinha).

 

Jogo dos velhacos

Diz o Capitão:

"Na porta do Marambela apareceu um gato morto e esfolado.

Quem foi que o esfolou?

- Foram estes dois velhacos" - diz o primeiro jogador.

- Mentes velhaco... - diz o segundo.

Volta o Capitão a perguntar;

- Quem foi que esfolou?

- Foram estes tres velhacos" - diz o primeiro jogador.

Volta a perguntar o segundo jogador e assim por diante. Quando algum se atrapalha apanha um bolo.

 

Pandorga

São vários os nomes dados a esta armação de bambu com papel, de preferência, de seda. Apresenta-se de várias formas e cores. Sendo que, as mais tradicionais são: o barrelote, tipo retangular com ou sem "ronco"; e a pipa, tipo escudo de cinco lados retilíneos. Confecciona-se colando a armação de bambu ao papel com um preparo de araruta e água, em seguida é feito uma rabiola (maior para o barrelote) que dará orientação ao brinquedo. Após montada, é colocado um estirante feito de linha resistente ou barbante. Depois é só sair pela rua, empinar, e brincar à vontade.       

 

Outras brincadeiras:

 

Bandeira

Bate-lata

Batizado de Boneca

Bomba de parede

Busca-pé

Burra

Carretão

Carretilha

Carro de rolimã

Carrinho de Lata

Cavalo de Pau

Charuto

Corrida de saco

Cozinhando

Diabolô

Esconder

Forca

Funda

Futebol

Gangorra

Garrafão

Jogar pulso

Pata cega

Patinete

Pau de cera

Perna de pau

Pião

Pneu

Pular corda

Pular fogueira

Roda

Roda com arco

Taco

Xanxeta

 

 


...

Perlengas

 

 

Angolinha

Uma, duas, angolinhas,

finca a pomba na pampolinha;

o rapaz que jogo faz?

faz o jogo do capão;

o capão sobre capão.

Conta bem Mané João,

conta bem que vinte são.

Arrecolhe esta mãozinha,

que é conchinha desta mão.

 

B-A... Bá

B-a bá, passa pra cá,

B-e bé, pra São Tomé,

B-i bi, pra Sambaqui,

B-o bó, buscar cipó

B-u bu, pro teu ...

 

Bão, bão, bão

Bão, bão, bão...

balalão,

Alferes, Tenente,

Major, Capitão

Vão todos à venda

Tomar seu pifão.

 

Bico, bico

Bico, bico, saranico,

quem te deu tamanho bico?

Foi a velha chocadeira,

que anda lá pela ribeira

pondo ovos de pinico...

 

Ciranda

Ciranda, cirandinha,

vamos todos cirandar;

vamos dar meia volta,

volta e meia vamos dar.

Constança meu bem. Constança,

constante te hei de ser;

Jurei-te amar, Constança,

serei constante até morrer...

No jardim de tantas flores

não sei qual escolherei;

aquela que for mais bela

com ele me casarei...

 

Chiquinho

Chiquinho de amarelo,

coisinha que eu nunca vi...

Giquindim pra cá,

Giquindim pra lá!...

Toque o piano

pra nós dança...

Mexe o angu.

Panela no fogo

e o arroz está cru...

 

Dedo Mindinho

Com o indicador da mão direita aponta-se cada um dos dedos da mão esquerda, a começar pelo mínimo:

Dedo mindinho...

seu vizinho...

pai de todos...

fura bolo...

mata piolho.

 

Fazendo-se o mesmo, diz-se:

Este diz que está com fome,

este diz que não tem o que,

este diz que vai roubar,

este diz que não vá lá,

este diz que Deus dará.

 

ou...

Una, 

duna, 

tena, 

catena, 

catená, 

sim-e-sim, 

bananá, 

pés-e-pés, 

conta bem, 

que são dez.

 

Está chovendo

Está chvendo? Choverá...

Quem estiver em casa alheia que se vá.

Está chovendo? Deixa chover...

Daqui não saio sem comer...

 

Julita

Encontrei com a Julita

lá em cima, no quintal,

apanhando flores brancas,

flores brancas pra me dar...

Flores brancas é casamento

e eu não quero me casar!...

_ Ó Julita, deixa disto,

deixa disto, olha lá!

A Julita é uma rosa 

daquelas a mais formosa;

é lindo cravo encarnado

daquele mais cor de rosa.

Perdi meu tempo, perdi meu tempo,

só em te amar!...

 

Lingue-lingue

- Que de o toucinho que estava aqui?

- O gato comeu...

- Cadê o gato?

- Está no mato...

- Cadê o mato?

- O fogo queimou...

- Cadê o fogo?

- A água apagou...

- Cadê a água?

- O boi bebeu...

- Cadê o boi?

- Está moendo trigo...

- Cadê o trigo?

- A galinha comeu...

- Cadê a galinha?

- Está pondo ovo...

- Cadê o ovo?

- O frade chupou...

- Cadê o frade?

- Está a dizer missa.

- Cadê a missa?

- Está no altar...

- Cadê o altar?

- Está na isgreja...

- Cadê a igreja?

- Está na praça...

- Cadê a praça?

- Está na vila...

- Cadê a vila?

- Está na ilha...

- Cadê a ilha?

- Está no mar...

 

Mangerona

- Quem é aquela menina, que vem lá tão longe?

Vem de fora desta banda, mangeron, don, don!

- Ela anda por aqui, assim, à procura de uma agulha que eu aqui perdi...

- Menina, vai para a casa, vai dizer a teu pai:

a agulha que eu perdi não se acha mais...

 

Marchinha

Um... dois... pirão com arroz;

três... quatro... pirão no prato;

cinco... seis... bolo inglês;

sete... oito... café com biscoito;

nove... dez... quinhentos réis.

 

Meio-dia

Meio-dia!

Panela no fogo, barriga vazia,

macaco torrado que vem da Bahia,

fazendo careta pra sinhá Maria.

 

Pastora

Lá em cima daquele morro

tem uma bela pastora;

ela na sua linguagem

diz que se quer casar...

Bela pastora, entrai na roda

e veja lá como se dança;

uma volta, meia volta,

abraçai o vosso amante!...

 

Pelo sinal

Pelo sinal,

do bico real;

comi toucinho,

não me fez mal;

se mais tivesse

mais eu comia

adeus seu padre,

até outro dia...

 

Semana do Preguiçoso

Na segunda não fiz nada;

na terça nada fiz;

na quarta nada farei;

na quinta formei tensão;

na sexta fui passear;

no sábado é que voltei;

e no domingo fiz as contas;

do que gastei...

 

Senhora D. Cândida

Senhora Dona Cândida,

coberta de ouro e prata,

descubra o seu rosto,

quero ver o seu retrato...

Que anjos são estes

que andam por aqui,

de noite e de dia:

Padre-nosso, Ave-Maria!

Sou filha de um Rei

e neta de um conde;

mando que se esconde

debaixo de uma pedra...

 

Serra que serra

Duas crianças, dando-se as mãos, imitam os movimentos dos serradores e, alternadamente, ao compasso desse movimento cantam:

Serra, compadre,

serra, comadre;

tu com a serra,

eu com a enxó,

ganhando dinheiro

pra nós dois só...

 

Serra, que serra,

madrinha da guerra,

teu pai com o serrote,

a madrinha com a serra... 

 

 



Domínio Público