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O Homem da ilha manifestando a sua arte

 


Nesta seção estão várias manifestações artísticas desenvolvidas na Ilha e seus representantes ilhéus, os autênticos manezinhos, que, de alguns anos para cá estão cada vez mais populares por estarem enfocando em seu trabalho assuntos locais.

 

 


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Artes Cênicas

       

       

Podemos definir o teatro de Florianópolis como, no mínimo, em crescente evidência no âmbito nacional. 

Uma das mais importantes expressões da cultura local, o teatro está representado na atividade de cerca de 15 grupos teatrais, que representam peças de autores locais e nacionais. Destacam-se, entre outros, o Grupo A, Grupo Pesquisa Teatro Novo da UFSC, O Dromedário Loquaz e A Tormenta. E não podemos esquecer do trabalho de Geraldo Cunha a frente do personagem mais típico da ilha, o Seo Maneca. 

Anualmente realiza-se no mês de novembro o Festival Nacional de teatro de Florianópolis - Isnard Azevedo, um dos mais importantes do Brasil, com participação de vários grupos de outros Estados.

 

Palcos

 

Florianópolis conta com 3 teatros: o histórico Teatro Álvaro de Carvalho - capacidade 470 lugares, o moderno Teatro Ademir Rosa, localizado no Centro Integrado de Cultura - capacidade 956 lugares e o Teatro da Igrejinha da UFSC com cerca de 80 lugares.

    

    


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Artes Plásticas

         

     

Florianópolis já há muito tempo tornou-se um reduto de artistas, tanto os que aqui nasceram como os vindos de outras cidades. Nosso pintor mais famoso foi Victor Meirelles (1832-1903), o maior pintor histórico brasileiro, cujo obra "A Primeira Missa do Brasil" é um dos quadros mais preciosos do país. Outros nomes de destaque são: Eduardo Dias (1872-1945), cujas obras mais significativas são várias vistas da antiga Desterro, pertencentes ao acervo do Masc, Martinho de Haro (1907-1985), artista de grande projeção nacional com inúmeros prêmios conquistados, fez sua primeira exposição em Florianópolis no ano de 1927, como autodidata, e no ano seguinte ingressou na Escola Nacional de Belas Artes, com bolsa de estudos. Em 1935 conquista o prêmio de Viagem ao País e, em 37, o de Viagem ao Estrangeiro, com o quadro "Rodeio" e Domingos Fossari (? -1987), pintor desenhista, ilustrador caricaturista e chargista, cujos quadros retratando Florianópolis são de grande beleza, feitos com técnicas diversas como aquarela, bico-de-pena, crayon, carvão e óleo sobre tela. 

 

Além destes, as artes plásticas da capital abrigam nomes como Meyer Filho(falecido), Hassis, Eli Heil, Rodrigo de Haro, Tirelli, Aldo Beck (falecido), Sílvio Pléticos, Vera Sabino, Sônia Furtado, Janga e outros.
     
    


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Cinema

     

     

Os modos e a tecnologia de produção rural experimentaram mudanças radicais no início do século XX.  

Nos países desenvolvidos, nada mais resta das primitivas e tradicionais formas de elaboração primária, enquanto que, nos países em desenvolvimento, as mudanças são recentes e coexistem as atividades tecnológicas modernas com as formas mecânicas artesanais. 

A produção cinematográfica em Florianópolis remonta a 1957 quando os membros do movimento literário denominado Grupo Sul fundaram o Clube de Cinema e filmaram "O preço da Ilusão", primeiro longa metragem catarinense.
O Cinema em Florianópolis, após um longo período de estagnação, vem atravessando um período de criatividade. A realização de filmes de ficção e documentários tem crescido nos últimos anos, destacando cineastas como Zeca Pires, Eduardo Paredes, Penna Filho, Maria Emília de Azevedo, Norberto Depizzolatti .
A produção cinematográfica recebeu um impulso a partir da criação do Fundo Municipal de Cinema (FUNCINE) em 1989. O Funcine é formado principalmente a partir do montante arrecadado pela Prefeitura em ISQN, provenientes dos cinemas comerciais e vídeos locadoras do Município de Florianópolis, sendo dirigido por um conselho formado por representantes da Prefeitura de Florianópolis, Universidade Federal de Santa Catarina, Cinemateca Catarinense e SATED.

Dentre os filmes realizados neste último período destacam-se:

Alva Paixão

Direção de Maria Emília de Azevedo, 1995.

Bois em Farra

Direção de Zeca Pires, 1996.

Desterro

Direção de Eduardo Paredes, 1992.
Prêmio de melhor fotografia em curta-metragem no Festival de Gramado em1992.

 

Manhã

Direção de Zeca Pires e Norberto Depizzolatti, 1990.
Prêmio de melhor curta-metragem de ficção na Jornada Internacional de Cinema da Bahia em 1992.

 

Naturezas Mortas

Direção de Penna Filho, 1995.
Prêmio de melhor curta-metragem.
Prêmio do júri popular no Festival de Gramado em 1995.

 

Novembrada  

Direção de Eduardo Paredes, 1998.
Considerado um dos cinco melhores filmes do 26° Festival de Gramado em 1998.
Prêmio de melhor filme pelo júri popular no Festival de Gramado.

Prêmio de melhor direção de arte pelo júri oficial no Festival de Gramado.

Ponte Hercílio Luz

Direção de Zeca Pires, 1996.

Victor Meirelles

Direção de Penna Filho, 1996.

 

Vôo Solitário

Direção de Éverson Faganello, 1991.

 

Em 1995 foi assinado o Protocolo de Cooperação para o Cinema entre o Funcine, UFSC, Cinemateca Catarinense, com adesão do Governo do Estado em 1996, visando a criação de um pólo audiovisual em Santa Catarina, com aquisição de uma moviola e uma Câmera Cinematográfica 16 mm. 

  

  


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Literatura

    

     

Como não poderia deixar de ser, os temas praieiros, os hábitos e histórias pitorescas dos açorianos, as paisagens marinhas e o sobrenatural são as matérias-primas mais utilizadas na literatura ilhoa. Florianópolis já produziu e continua a produzir excelentes autores, mas a falta de divulgação nunca permitiu que alcançassem o merecido destaque. O exemplo máximo é o poeta maior de Santa Catarina, Cruz e Sousa, um marco do Simbolismo brasileiro falecido em 1898. Da mesma época, merece ser lembrado Virgílio Várzea (1863-1941), considerado o introdutor do gênero Marinhista na literatura brasileira e o criador do Conto Catarinense. Seu principal trabalho é "Traços Azuis", enquanto em prosa, "Tropos e Fantasias", em parceria com Cruz e Souza, é o seu maior destaque.
Pelo que indicam os registros, o primeiro autor de Florianópolis foi Marcelino Antônio Dutra (1809-1869), autor do poemeto "Assembléia das Aves". Desta mesma época, uma das figuras importantes foi o padre Joaquim Gomes de Oliveira e Paiva, o Arcipestre Paiva (1821-1869), e sua principal obra é "Elogio Dramático", de 1852. O primeiro dramaturgo catarinense foi Álvaro de Carvalho, autor de "Pescador Pedro Marteli". Entretanto o isolamento e a centralização da cultura brasileira submeteram Florianópolis a vários atrasos históricos na literatura. Foi o caso do Romantismo, que chegou somente na segunda metade do século XIX. O provável primeiro romance florianopolitano foi "Eulália", escrito por Jovita Duarte Silva, em 1862. Um nome de grande destaque nas letras catarinenses desta época foi o médico e depois senador da República, Luis Delfino (1834-1910), eleito o "Príncipe dos Poetas Brasileiros" e considerado "o maior poeta do Brasil", pela variedade e extensão de sua obra, que reflete as várias etapas por que passou a poesia brasileira, do Romantismo ao Simbolismo.
Em 1833, Francisco Luiz da Gama Rosa é indicado presidente da Província. Vindo da Corte, traz muitas informações sobre o Naturalismo ou Idéia Nova. Um grupo de jovens que já ensaiava os primeiros passos na literatura local é especialmente influenciado por ele. Entre eles estavam Cruz e Souza, Virgílio Várzea, Oscar Rosas Ribeiro, Juvêncio de Araújo Figueiredo e Santos Lostada. Este grupo movimentou o jornalismo local e criou muita polêmica com os conservadores, pois criticavam os sonetos e citações em latim. Não poupavam críticas a Eduardo Nunes Pires, o consagrado paladino dos conservadores.

Em 1921, Fúlvio Aducci, Othon D'Eça, Joe Collaço e José Boiteux fundam a Sociedade Catarinense de Letras.

Em 1946, surgiu o Grupo Sul, um novo movimento na literatura ilhoa reunindo entre outros Ody Fraga, Antônio Paladino, Claúdio Bousfield e Salim Miguel. 

Em 1950, o grupo fundou o Clube de Cinema, chegando entre 57 e 58 a rodar "O Preço da Ilusão", primeiro longa-metragem catarinense dirigido por Armando Carreirão.

Com uma proposta contrária à do Grupo Sul, sem objetivo de polemizar, surgiu em 1957 o Grupo Litoral, formado por Pedro Garcia e Iaponan Soares, entre outros, que lança uma revista literária onde dá espaço aos membros da Academia Catarinense de Letras e apresenta os integrantes do recém-criado GAPF (Grupo de Artistas Plásticos de Florianópolis), como Hassis, Vichetti, Meyer Filho, Martinho e Rodrigo de Haro. 

Após o movimento encabeçado pelo Grupo Litoral, chegamos aos autores chamados "Atuais", entre os quais destacamos Arnaldo Brandão, Flávio José Cardozo, Léo Vitor, Lausimar Laus, Silveira Júnior, Deonísio Silva, Holdemar Menezes e Amilcar Neves. Posterior ao grupo dos Atuais, não se pode esquecer da chamada Vanguarda Poética aparecem ainda o palhocense Pedro Bertolino e Pinheiro Neto, de Florianópolis.
   

                


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Música

    

     

A musicalidade ilhéu com os versos poéticos de outrora, dão hoje, espaço ao ritmo da dança e a cadência do som forte da percussão. Outrora, os violões, acordeões e rabecas que acompanhavam a voz do cancioneiro que, muitas vezes, ilustrava as noites à pedido do cavalheiro para demonstrar os seus sentimentos a sua amada. Eram as serenatas ao anoitecer, logo abaixo das janelas dos sobrados da "vila capitali". As serestas, as domingueiras, as festas populares, ali estavam os cantores e seus músicos. Nestes tempos, muitos se arriscavam a entoar canções e recitar poemas nos eventos sociais que se faziam em público ou em saraus nas residências menos modestas. Com o advento do rádio estes artistas anônimos tiveram a chance de demonstrar seus dotes musicais para o grande público. Não indiferente, ao resto do mundo, os ilhéus aos poucos foram adquirindo o seu aparelho. Assim, surgiam também as primeiras emissoras transmissoras. As emissoras, para preencher a programação diária promoviam concursos para cantores o que permitiria ao vencedor manter-se trabalhando na emissora. Surgiram assim, os cantores do rádio, verdadeiros artistas pois detinham o talento de cantar com afinação e boa técnica musical à superar a qualidade dos equipamentos da época.

Os novos tempos chegaram. Equipamentos de sonorização de alta tecnologia estão disponíveis a todos que queiram iniciar a carreira artística. É concorrência também cresceu. Novos ritmos são lançados a cada ano. A música nacional cedeu espaço para a estrangeira. A música na Ilha, no final da última década, começou a despontar e está a cada dia revelando novos talentos. Estes artistas, não deixam de ter as mesmas dificuldades de afirmarem-se no mercado como os seus antecessores, pois para seguir carreira musical ainda dependem do circuito comercial - eixo Rio-São Paulo.

É preciso que, para que a música da Ilha também não perca espaço, desaparecendo no futuro, mantenhamos as nossas tradições e costumes sempre vivos.

 

                


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Artistas da Ilha

        

Acary Margarida

Aldo Beck
Calazans
Cypriano
Eli Heil
Fossari
Hassis
Janga
Jair Silveira
Martinho de Haro
Mayer Filho
Miltom Pereira
Murilo Pereira
Neri Andrade
Onildo Borba
Pléticos
Rodrigo de Haro
Tirelli
Tolentino
Vera Sabino

     

A musicalidade ilhéu com os versos poéticos de outrora, dão hoje, espaço ao ritmo da dança e a cadência do som forte da percussão. Outrora, os violões, acordeões e rabecas que acompanhavam a voz do cancioneiro que, muitas vezes, ilustrava as noites à pedido do cavalheiro para demonstrar os se

   

    



Fundação Catarinense de Cultura

Guia Turístico Florianópolis - Outras Palavras Editora Ltda., 1995.