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Quem guarda têm! 

 


     

     

Especialistas de vários países preocupados com a restauração e preservação de artefatos de valor histórico e artístico, passaram a discutir e refletir sobre o valor do bem patrimonial. A partir de fins do século XIX, segundo PELLEGRINI FILHO (1993), estes profissionais passaram a debater a questão da conservação, restauração, proteção, intervenção, reconstrução e revitalização de imóveis históricos, com base nos acervos arquitetônico existentes. Nestas reuniões muitas decisões foram tomadas no sentido de definir estratégias e medidas para a manipulação daquilo que se convencionou chamar de patrimônio (histórico-cultural) de um povo.

       

     


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Conjunto Histórico

 

    

Centro (vila-capitali)

    

Com arquitetura colonial portuguesa, foi quase integralmente construído no séc. XVIII. Reúne as construções e sobrados em volta da praça XV de Novembro e nas ruas Conselheiro Mafra e Francisco Tolentino. Em função de reformas, algumas edificações foram descaracterizadas.

   

   

Freguesia do Ribeirão da Ilha

 
O Distrito de Ribeirão da Ilha teve origem a partir de um Alvará Régio, datado de 11/07/1809. Sua área é estimada em 51,54 km², sendo que dele fazem parte as seguintes localidades: Alto Ribeirão, Barro Vermelho, Caiacangaçú, Caieira da Barra do Sul, Canto do Rio, Carianos, Costeira do Ribeirão, Freguesia, Praia dos Naufragados, Tapera e Sertão do Perí.

Localizado a 36 quilômetros do centro, o Ribeirão da Ilha é um dos mais antigos povoados de Florianópolis. Segundo alguns autores, o nome "Ribeirão" que fora dado a todo o Distrito, provém de um pequeno rio ou ribeira, o qual nasce de uma forte cachoeira no alto de Santo Estevão (Alto Ribeirão). Registros indicam que em 1526 o espanhol Sebastião Caboto aportou ali e alguns de seus comandados se juntaram aos náufragos de uma expedição de Dias de Solis, datada de 1515. O Ribeirão é composto por várias pequenas praias, de águas calmas e areia grossa. É um passeio que vale pela viagem no tempo. Um dos locais mais típicos da Ilha, com o casario açoriano, a igreja Nossa Senhora da Lapa do Ribeirão e o Museu Etnológico do Ribeirão da Ilha, com acervo de peças raras, que retratam a colonização açoriana.

  

 

Freguesia da Lagoa da Conceição

    

O Distrito da Lagoa da Conceição teve origem a partir da Provisão Régia de 07/06/1750 e a freguesia fundada em 19/06/1750 em consagração a sua padroeira,  Nossa Senhora da Conceição.

Sua área é estimada em 55,28 km², sendo que dele fazem parte as seguintes localidades: Costa da Lagoa, Praia e Parque da Galheta, Praia da Joaquina, Lagoa da Conceição, Canto da Lagoa, Retiro da Lagoa, Praia Mole e Porto da Lagoa.

A Lagoa da Conceição esteve, durante sua origem, ligada a vários núcleos próximos.

Dentre os principais que preservam muitas das características culturais típicas das

comunidades de pescadores, estão a Barra da Lagoa, a Costa, a Fortaleza, o Retiro e o Canto da Lagoa, sendo que neste último foi descoberto um sambaqui onde foram

recolhidos machados semi polidos, cerâmica e outros vestígios arqueológicos, que indicam a presença dos homens primitivos em tempos remotos.

   

 

Freguesia de Santo Antônio de Lisboa

  

Freguesia das mais antigas da Ilha (1750), Santo Antônio é um importante reduto da cultura açoriana. Suas características como praia são semelhantes às de Sambaqui: águas calmas e quentes. Local de extrema beleza e calma, tem grandes pedras espalhadas por sua faixa de areia grossa. Em substituição à pesca, uma das atividades que vem ganhando cada vez mais espaço é o cultivo de ostras.

O Distrito de Santo Antônio de Lisboa teve origem a partir da Provisão Régia de 26/10/1751. Sua área é estimada em 22,45km². A sede deste Distrito está situada na

parte oriental da Ilha de Santa Catarina, sendo que dele fazem parte as localidades de

Cacupé, Sambaqui, Barra do Sambaqui e Santo Antônio de Lisboa.

O nome desta localidade lhe foi dado em homenagem a Santo Antônio de Lisboa,

também chamado de Coimbra ou de Pádua, mas também foi conhecida até a metade do nosso século passado como "Rerituba" (caminho ou deposito das ostras).

 

   

   


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Igrejas

 

 

Catedral Metropolitana

Catedral de Nossa Senhora do Desterro

  

Localizada na praça XV de Novembro, centro da cidade o conjunto arquitetônico  encontra-se tombado através do Decreto Municipal nº 270/86 e do Estadual nº 2.998/98.

A história da Catedral Metropolitana começa no ano de 1675, quando o fundador da cidade - Francisco Dias Velho, em homenagem a Nossa Senhora do Desterro (antiga Florianópolis), resolve construir uma capela em frente à praça XV de Novembro, centro da cidade. Porém, em meados do século XVIII, a capela não comportava mais o número de fiéis que assistiam às missas e por isso, o então governador da Província - Silva Paes, projetou uma nova Igreja em 1748. Este projeto do Brigadeiro Silva Paes, substituindo a antiga ermida, só foi aprovado em Lisboa em 1751, sendo o mesmo executado entre 1753 e 1773, já no governo de Dom José de Melo Manoel.

Depois de algumas ampliações e modificações ao longo de mais de dois séculos, a arquitetura da Igreja perdeu a sua forma original, resultando no alargamento das paredes no sentido lateral e a colocação de um alpendre ao estilo neo-clássico, em substituição à antiga porta da entrada principal.

Em seu interior, está a magnífica escultura em tamanho natural "Fuga para o Egito", obra do artista Austríaco Demetz Groeden, de 1902, que, em tamanho natural, esculpiu em madeira de cedro a fuga da Sagrada Família. Localização: Praça Pereira Oliveira, nº 26.

 

Fases da Construção:

1673 - Cruzeiro

1753 - Capela

1822 - Igreja Matriz

1918 - Catedral

    

     

Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos

   

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos localiza-se na Rua Marechal Guilherme, no centro. Encontra-se tombada pelos Decretos Municipal nº 1.341/75, de 17 de dezembro de 1975, e Estadual nº 1.303, de 29 de janeiro de 1988.

A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito foi fundada em 1750, por Provisão Régia datada de 06 de junho. Nessa época já existia no local uma pequena capela, parcialmente destruída durante a invasão da Ilha pelos espanhóis.

Situada numa das partes mais elevadas da antiga cidade, exibe ainda hoje as linhas arquitetônicas simples que, com tanta dificuldade os negros conseguiram construir entre os anos de 1787 e 1830.

O conjunto arquitetônico de arquitetura barroca, formado pela igreja e a escadaria, guarda em seu interior não só alfaias mas também a imagem da padroeira, numa perfeita tradução do estilo seguido pelos escravos africanos, caracteriza-se como marco referencial urbano na paisagem do centro de Florianópolis, e se configura em um espaço de grandes potencialidades para animação cultural da cidade.

As escadarias do Rosário, se tornaram célebres pois foi delas que o artista Victor Meirelles pintou, no século XIX, um amplo panorama da cidade (tela "Vista do Desterro").

   

  

Igreja Nossa Senhora do Parto

    

Florianópolis não pára de crescer. É prédio para todo lado. Porém, de repente, não mais que de repente, eis que surge um recuo na calçada; neste recuo esconde-se uma antiga igreja, com mais de 160 anos.

É a Igreja Nossa Senhora do Parto, construída por gente humilde em devoção a Nossa Senhora protetora das mulheres no parto.

Ao passear pela rua Conselheiro Mafra, em meio ao barulho e agitação dê uma paradinha para conhecer esta igreja que ainda hoje representa um marco da devoção de sua comunidade.

 

 

Igreja São Francisco de Paula

 

A Igreja São Francisco de Paula, localizada no Distrito de Canasvieiras, na Rodovia Tertuliano Brito Xavier s/nº, está tombada pelos Decretos Municipal nº nº 1.341/75, e Estadual nº 2.998/98.

A localidade de Canasvieiras foi fundada por descendentes de Dias Velho, e sua praia foi o lugar muitas vezes escolhido para desembarque de estrangeiros que chegavam à Ilha de Santa Catarina, como foi o caso da esquadra espanhola, que tomou a Ilha em 1777. Somente em 1883 Canasvieiras passou à condição de Freguesia.

A Igreja São Francisco de Paula começou a ser construída em 1830, embora em 1838 não estivesse ainda concluída, mas já em péssimo estado de conservação. Nesta época ainda não possuía altares, sendo que as missas eram celebradas na Sacristia. No mesmo ano de 1838 uma tempestade deixou a Igreja em ruínas. As obras de reconstrução começaram anos mais tarde, sendo que somente após um século do início da construção é que a Igreja foi terminada, fato que prejudicou sua estética interna, uma vez que os altares e retábulos nada tem, em estilo, que os liguem à arquitetura do templo, que é notadamente de estilo colonial.

 

 

Igreja de São Sebastião

  

A Igreja de São Sebastião situa-se no Largo São Sebastião, na Rua Bocaiúva, próximo à Av. Beira Mar Norte, e encontra-se tombada pelo Decreto Municipal nº 0857/95.

Na época da construção, o então bairro da Praia de Fora era o local escolhido pela classe alta e elite da Vila de Desterro para localização de suas chácaras. Ali encontrou-se durante algum tempo duas fortificações, o Forte de São Francisco Xavier e o Forte de São Luiz, que se ligavam entre si pela Rua da Praia de Fora.

A pedra fundamental que daria origem à Igreja foi colocada em 20 de janeiro de 1856, dia consagrado ao Santo. Foi idealizada e concebida a partir da fé e das aspirações de um segmento da comunidade, que acreditavam que a cura das epidemias poderia ser promovida através da fé e da devoção aos santos, principalmente São Sebastião, santo protetor das epidemias.

  

  

Igreja Nossa Senhora da Lapa do Ribeirão

   

Localizada à Rua Marcelino Dutra s/nº, defronte à Praça Hermínio Silva, no Ribeirão da Ilha, a Igreja Nossa Senhora da Lapa do Ribeirão encontra-se tombada pelos Decretos Municipal nº 1.341/75, e Estadual nº 2.998/98.

A primeira capela data de 13/09/1763, e a Igreja data de 1806, ano de sua sagração.

É considerada uma das igrejas mais conservadas em suas características originais. É uma construção simples, em cuja fachada se erguem duas torres, uma delas fechada (cega), e a outra com dois sinos.

Foi construída com pedra, cal e óleo de baleia, vindos da Praia da Armação.

 

 

Igreja de Nossa Senhora das Necessidades

  

A localidade de Santo Antônio de Lisboa é uma das três mais antigas da Ilha de Santa Catarina, e mantém ainda hoje um dos conjuntos arquitetônicos mais representativos da fase de colonização do nosso litoral. Recebeu seus primeiros colonizadores no final do século XVII, e a localidade cresceu no molde das vilas portuguesas, com uma ou duas ruas principais em paralelo com o mar e poucas ruas transversais.

Como uma das três mais antigas vilas da Ilha de Santa Catarina, guarda uma forte tradição pesqueira. Em todas as vias se mostram presentes expressivos casarões antigos.

A Igreja Nossa Senhora das Necessidades, edificada entre 1750 e 1756, é tombada através dos Decretos Municipal nº 1.341/75, de 17 de dezembro de 1975, e Estadual nº 2.998, de 25 de junho de 1998 é uma das mais belas construções religiosas de origem portuguesa no litoral catarinense. Foi criada por Provisão Episcopal em 26/11/1751, sendo a data de sua construção incerta. Os historiadores indicam o ano de 1750 como o marco inicial da sua construção, e 1756 como término.

Em 1845 a freguesia de Santo Antônio de Lisboa recebeu a visita oficial do Imperador D. Pedro II, acompanhado pela Imperatriz Thereza Christina. Nesta oportunidade as autoridades imperiais estiveram na igreja local, concedendo donativos à mesma, assim como à Freguesia.

Segundo os moldes das primeiras igrejas brasileiras, a de Santo Antônio de Lisboa apresenta uma fachada simples, ao contrário de seu interior, que apresenta elementos artísticos integrados ao arquitetônico, formado por uma belíssima talha característica do período de transição entre o barroco e o rococó. De construção imponente, possui altares barrocos, com peças e imagens sacras de alto valor artístico e histórico.

  

   

Capela de São Sebastião do Campeche

     

A comunidade do Campeche tem como origem um pequeno núcleo rural, de nome Rio Tavares, no ano de 1760. A Capela de São Sebastião do Campeche, localizada na Praia do Campeche, encontra-se tombada pelo Decreto Municipal nº 125/88, de 23 de maio de 1988, e faz parte da Paróquia de Nossa Senhora da lapa, do Ribeirão da Ilha.A sede da comunidade e suas primeiras ocupações, criando um arraial de pescadores, foram ocorrendo no entorno da igrejinha.

Segundo registros orais a capela teria sido edificada em 1826 por uma família rica que morava na comunidade e apresenta características arquitetônicas simples e despojadas. A importância do conjunto reside na marcante implantação dos seus diversos elementos, a saber: a nave, sacristia e a torre sineira, o cemitério e sobretudo o pequeno Teatro do Divino.

No interior da capela há uma imagem de Santa Catarina e outra de São Sebastião do século XVII em terracota.

 

 

Capela de Sant´Ana

 
Abrigada dos ventos por uma pequena enseada, a Capela de Sant'Ana foi edificada em 1772 pela Companhia de Pesca de Baleias. Essa Companhia era responsável, nos séculos XVIII e XIX, pelo abate de baleias na praia da Armação.
Na Armação eram capturadas em torno de 50 a 80 baleias por mês. Delas extraíam-se vários produtos como óleos, barbatanas e couro.

A capela ficava próxima à casa da fazenda, os armazéns, as senzalas dos escravos e os tanques de azeite.

Nos dias de caça, os tripulantes das baleeiras participavam da missa na capela, tinham seus barcos bentos pelo padre, e só então saíam para o mar.

As paredes da igreja foram erguidas com uma argamassa feita com óleo de baleia. Esse óleo dava tanta resistência às largas paredes que a construção mantém sua fachada principal da mesma maneira de quando foi construída no século XVIII.

A Capela de Sant'Ana contém desde imagens em terracota até uma via sacra em arte contemporânea.

 

 

Capela do Menino Deus

   

A Capela foi construída por volta de 1767 e possui grande número de peças de arte sacra portuguesa e erudita, dos séculos XVIII e XIX, além de belo chão marchetado.

Impressiona também o conjunto arquitetônico, com vista panorâmica da cidade e que faz parte de um complexo remanescente de vegetação de Mata Atlântica.

Diz a tradição que sua imagem, esculpida em madeira na Bahia, tinha como destino o Rio Grande do Sul, porém, em 3 ocasiões as tempestades impediram que o navio de transporte seguisse seu rumo, tendo que abrigar a imagem na capela do Menino Deus na Vila do Desterro (atual Florianópolis).

Este fato que remonta a 1764 deu origem ao culto a Nosso Senhor dos Passos e depois à famosa procissão, principal festa religiosa de Florianópolis.

  

  

Capela do Sagrado Coração de Jesus

 
A freguesia de Ingleses do Rio Vermelho foi criada em 1831 e tinha como função o reconhecimento das embarcações que chegavam à Barra Norte da Ilha de Santa Catarina.

Em 1881 foi erguida a Capela do Sagrado Coração de Jesus por iniciativa de um rico morador da localidade.

A modesta construção ficava bem próxima do mar e nos dias de hoje guarda como detalhe a curvatura original de seu cruzeiro.

Nessa capela aconteciam as festas religiosas que atraíam muitos romeiros das localidades de Rio Vermelho, Ponta das Canas e Aranhas.

Apesar de descaracterizada e sufocada pelas construções modernas, a capela continua sendo ponto de encontro da tradicional comunidade pesqueira, sediando festas tradicionais como a Festa do Divino Espírito Santo e de Nossa Senhora dos Navegantes.

    

    

Capela São João Batista

   
Esta capela está localizada no distrito de São João do Rio Vermelho, que foi fundado no século XVIII por imigrantes vindos do Arquipélago dos Açores.

A Capela de São João Batista foi erguida por volta de 1838 e quando em 1857 foi atingida por um raio, passou por uma reconstrução geral.

É uma capela de nave única, característica comum às igrejas do litoral catarinense e o que a diferencia das demais capelas da Ilha é que nela existem três altares. O altar-mor, em madeira, dedicado ao padroeiro São João Batista; um segundo altar com a imagem de Nossa Senhora do Rosário, sendo esta uma das mais belas imagens religiosas de Santa Catarina e um terceiro altar consagrado ao Espírito Santo.

Na ida à Igreja, não deixe de visitar os engenhos de farinha de mandioca que se encontram ao longo da estrada principal e as dunas do Rio Vermelho onde foi encontrado o Sambaqui da Praia Grande.

   

     

Igreja São Francisco da Penitência

     

A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, localizada na área central da cidade, no calçadão da rua Deodoro esquina com o da rua Felipe Schmidt, é a mais antiga das confrarias religiosas da ilha e das poucas edificações religiosas de arquitetura barroca. A Ordem Terceira de São Francisco da Penitência que fundou a Igreja é a mais antiga confraria religiosa (1745) criada na Ilha de Santa Catarina.

Em 25 de março de 1803 foi lançada a pedra fundamental e a igreja concluída e sagrada em 1814 porém sua inauguração só aconteceu em 1815, devido a dificuldades quando de sua construção. Consta que algumas de suas imagens foram recebidas anos antes, em 1771.

    

     

Igreja de Nossa Senhora da Conceição

      

A Igreja de Nossa Senhora da Conceição é uma das mais antigas da Ilha de Santa Catarina, apresentando características de origem portuguesa, adaptadas ao modelo das primeiras igrejas brasileiras. Sua arquitetura é similar a outras igrejas construídas na Ilha no mesmo período. Provavelmente foi inspirada na mais antiga delas: a matriz (hoje Catedral Metropolitana).

A Paróquia da Lagoa foi criada por Provisão Régia, de 17 de junho de 1750, em ofício de 22 de abril de 1751, assinada pelo governador Manuel Escudeiro Ferreira de Souza.

A Igreja Nossa Senhora da Conceição foi tombada pelo Decreto Municipal nº 1.341/75 e Estadual nº 2.998/98, bem como seu conjunto, formado pelo antigo acesso de pedra, o largo composto pelo cruzeiro, a Igreja, o Teatro do Divino, o antigo Cemitério, o casario de características luso-brasileiras e a Casa do Vigário, que é uma das mais antigas edificações da Ilha, construídos provavelmente na mesma época da igreja. O interior da igreja é composto de uma nave única, capela-mor e duas sacristias. Fazem parte dos bens integrados o Altar-Mor; os altares do cruzeiro – Nossa Senhora das Dores e São Miguel Arcanjo; os dois altares laterais – Divino Espírito Santo e Nossa Senhora Imaculada Conceição; os dois púlpitos; o coro; o batistério e a pia de água benta.

O início de suas obras se deu em 1751, ano em que a Corte Portuguesa aprovou a sua planta. Mas foi somente por volta de 1780 que a igreja foi concluída. Apesar de todas as transformações sofridas e as sucessivas repinturas, a igreja da Lagoa conserva ainda hoje, principalmente em seu interior, as características da época de sua fundação.

A história da igreja fica ainda mais interessante ao saber que em 1847 D. Pedro II visitou a igreja e doou-a uma custódia de prata. Mais tarde D. Pedro II doou também os dois sinos da igreja que ainda se encontram lá.

As obras de restauro da Igreja foram realizadas em duas etapas. A primeira referente à arquitetura, que se iniciou em setembro de 1986 e foi concluída em 1989. A recuperação compreendeu a pesquisa de seus elementos originais, adequados às necessidades da infra-estrutura atual. Como exemplo, a implantação de nova rede elétrica, novas instalações hidrosanitárias, sonorização e pára-raios. Na parte externa realizou-se a readequação do ambiente, a recuperação dos acessos originais e do muro que a circunda, local onde foram encontrados os antigos assentos.

A segunda etapa de restauro, correspondente ao restauro dos elementos artísticos, foi iniciada em 1989, porém devido a problema financeiros a obra foi paralisada.

Em 1994, através de uma parceria entre o IPUF – Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis e a ARPA – Associação de Restauração e Preservação Arquitetônica da Igreja Nossa Senhora da Conceição.

O trabalho foi concluído em dezembro de 1997. A coordenação dos trabalhos e sua orientação técnica foi executada pelo IPUF, ficando a parte financeira a cargo da ARPA. Os altares restaurados foram de São Miguel Arcanjo, Nossa Senhora das Dores e o Altar-Mor. Paralelamente foi feita a conservação dos altares laterais de Nossa Senhora Imaculada Conceição e do Divino Espírito Santo, além do guarda corpo do Coro e dos Púlpitos. O objetivo principal deste restauro foi a eliminação das alterações feitas ao longo do tempo, recuperando sua arquitetura e seus elementos artísticos. O resultado estabeleceu assim a unidade da obra, sem extinguir sua passagem no tempo. Em 8 de dezembro de 1999, foi elevada a condição de Santuário.

  

  

Igreja Santo Antônio

  
Os religiosos da Ordem de São Francisco construíram numa colina da cidade em 1921, a Igreja Santo Antônio.
A arquitetura do templo é de inspiração neo-românica, com janelas altas e vitrais no altar-mor. Tem como destaque um Cristo entalhado em madeira e uma Pietá policromada.

Em conjunto com a igreja temos o Grupo Escolar São José, edifício de grande dimensão e que ainda mantém as divisões de salas, corredores e escadarias originalmente como em sua construção na década de 20. Restaurado o prédio abriga atualmente a Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul.

  

 


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Fortalezas

   

   

Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim

   

Silva Paes, engenheiro militar e primeiro governador da Capitania de Santa Catarina, toma posse em 1739 e, cumprindo uma decisão real, inicia a construção da Fortaleza de Santa Cruz, em uma pequena ilha na entrada da baía norte, chamada Anhatomirim. Após um ano, devido ao extraordinário valor estratégico que portugueses e espanhóis davam à Ilha de Santa Catarina, tem início a construção de mais duas fortificações, a Fortaleza de Santo Antônio, em outra pequena ilha na entrada da baía norte chamada Ratones Grande, e a Fortaleza de São José da Ponta Grossa, entre as praias de Daniela e Jurerê, na própria Ilha. Deste modo, constituiu-se um triângulo fortificado à barra norte da Ilha de Santa Catarina. A primeira das fortalezas a ser construída para proteger a entrada da Baía Norte foi a da Ilha de Anhatomirim. Sua construção foi autorizada por Dom João V, através do Conselho Ultra-marinho da Coroa Portuguesa. Batizada de Santa Cruz de Anhatomirim, é a maior de todas, com 2.678 metros quadrados. Demorou cinco anos para ser construída, sendo concluída em 1744, com a instalação de 57 canhões, nunca utilizados. A fortaleza possui uma página negra em sua história: em 1894, durante a Revolução Federalista, serviu de prisão e local de fuzilamento aos presos políticos contrários ao governo de Floriano Peixoto. A melhor forma de conhecê-la é utilizando as escunas que realizam passeios até a Ilha de Anhatomirim. Além das escunas, muitos pescadores realizam passeios turísticos em embarcações de médio porte, partindo de diversas praias, principalmente do norte da Ilha.

 

  

Forte de Santo Antônio de Ratones

 

Visitar o forte de Santo Antônio de Ratones, localizada na Ilha Ratones Grande, em frente à Ponta de Sambaqui, representa um retorno à Idade Média. Circundado por um fosso e dotado de ponte levadiça o forte se assemelha aos castelos medievais. Com uma área de 800 metros quadrados, sua construção também demorou cinco anos, sendo concluída em 1745. 

  

  

Forte de São José da Ponta Grossa

   

O Forte de São José da Ponta Grossa, construído em 1740, está localizado entre as praias de Daniela e Jurerê Internacional. Existe também no local a bateria de São Caetano.
Embora não tenham cumprido sua função militar, as fortificações da Ilha de Santa Catarina representam uma verdadeira preciosidade arquitetônica, que contribuiu para a história local e do Brasil. Nos dias de hoje, ainda é possível viajar no tempo visitando-os, com suas largar paredes e muros de pedra. Os fortes de Santana, Anhatomirim, Ratones e São José da Ponta Grossa estão totalmente restaurados e abertos à visitação pública.

 

 

Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Sul

 

Em 1742 tem início a construção de uma quarta fortificação, a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, localizada na Ilha de Araçatuba, com a função de guarnecer o estreito canal de entrada da baía sul. A fortaleza integra o Parque da Serra do Tabuleiro. Sua construção completaria o que Silva Paes julgava um sistema defensivo, adequado para a Vila do Desterro, principalmente com o triângulo defensivo formado pelas três fortalezas da baía norte.

O sistema de fortificações na barra norte da Ilha fracassou totalmente na única defensiva em que participou. Em 1777, os espanhóis, comandados por D. Zeballos, invadiram a Ilha, renderam sem lutas as fortalezas, e conquistaram a Desterro. Mais tarde, pelo Tratado de Santo Ildefonso, a Ilha de Santa Catarina seria restituída à Coroa Lusitana, no entanto, caberia ao vencido, o comprometimento que "em nenhum tempo, de paz ou de guerra, em que Portugal não fosse parte, seria a Ilha aproveitada como base naval, nem mesmo transitória".

O pequeno forte de Nossa Senhora da Conceição, localizado na ilhota de Araçatuba, em frente à praia de Naufragados, no extremo sul da Ilha, é o menos conservado de todos. Não exclusivamente pela ação do tempo, mas também por sua absurda utilização como alvo para treinamento da artilharia do Exército durante a I Guerra Mundial. Construído em 1742, é o de mais difícil acesso entre os fortes da Ilha, em função do mar revolto entre a ilhota de Araçatuba e a praia de Naufragados.

 

 

Forte de São Francisco Xavier

 

O Sistema Defensivo de Silva Paes foi incrementado, nas décadas seguintes, com a construção do Forte de São Francisco Xavier, na Praia de Fora (inexistente), e a Fortaleza de Sant'ana (Museu de Armas da PMSC), na ponta da Ilha mais próxima do continente, onde viria a ser construída a Ponte Hercílio Luz, ambos construídos por José Custódio de Faria. Foi instalada também, quase ao lado do Forte de São José da Ponta Grossa, a Bateria de São Caetano e começado o Forte de São Luiz, no final da Praia de Fora.

 

 

Forte de Sant'Ana

 

O pequeno Forte de Sant'ana, construído em 1761, sob a Ponte Hercílio Luz, visava proteger a Vila do Desterro, e é uma das fortalezas mais bem conservadas da Ilha, abrigando hoje o Museu de Armas da Polícia Militar de Santa Catarina. Ele tinha um sistema de "fogo cruzado" com o forte de São João, localizado do outro lado da baía, no continente. Porém, este último foi demolido com a promessa de construção de outro em seu lugar, o que nunca chegou a acontecer.

  

  

Forte de Santa Bárbara

   

Teve sua edificação concluída na mesma data que o Forte Sant'Ana, decorrido o tempo passou a abrigar a sede da Capitânia dos Portos onde funciona até hoje.

   

   

Forte São Luiz

   

Teve sua edificação concluída na mesma data que o Forte Sant'Ana, decorrido o tempo passou a abrigar a sede da Capitânia dos Portos onde funciona até hoje.

   

   

Forte São Caetano

 

Era uma bateria de armamentos que apoiava os fortes da baía norte. Localizava-se na atual Praça Esteves Junior, antiga Praia de Fora.

  

    

Fortaleza São João

    

Consistia de uma bateria composta por alguns canhões, que juntamente com o Forte Sant'Ana faria a proteção da entrada da baía norte. Não foi concluído.

 

Fortim Marechal Lessa

  

Era uma bateria de armamentos conhecida como "Entrincheiramento da Agronômica". Localizava-se na elevação onde se situava a antiga Estação Agronômica de Florianópolis, atual Ponta do Lessa, defronte a Casa d' Agronômica, na baia norte. Esta estrutura encontra-se referida por BOITEUX (1912), que menciona a existência de trincheiras no local, erguidas em 1775, por determinação do governador militar da ilha de Santa Catarina, Marechal Antônio Carlos Furtado de Mendonça (1775-1777), no contexto da iminência de uma invasão espanhola (1777), Existiria ainda em 1841, embora em precárias condições de conservação. Também denominado "estacada".

    

Construtores

 

Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim

Forte de Santo Antônio dos Ratones

Forte de São José da Ponta Grossa

Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Sul

Construídos pelo Brigadeiro José da Silva Paes

 

Forte de Sant'ana

Forte de São Francisco Xavier

Construídos por José Custódio de Faria

 

Forte de Nossa Senhora da Conceição da Lagoa - (fortim)

Forte São Caetano - (bateria) 

Forte São Luiz

Construídos pelo Sargento-Mor Francisco José da Rocha

 

Forte de Santa Bárbara

Forte de São João (Continente)

Construídos por Alberto Miranda Ribeiro

 

 


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Museus

 

 

Museu Victor Meirelles

 

Há mais de 150 anos, na esquina da Rua da Conceição (atual Saldanha Marinho), com a Rua da Pedreira (hoje Victor Meirelles), na antiga Desterro, mais precisamente a 18 de agosto de 1832, nascia Victor Meirelles de Lima, considerado um dos maiores artistas brasileiros. 

Numa das mais antigas edificações ainda preservadas da Vila de Nossa Senhora do Desterro, a pequena casa caiada de branco foi tombada e restaurada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Neste casarão, tombado pelo Patrimônio Histórico, os pais do menino Victor, Antônio Meirelles de Lima e Dª. Maria da Conceição dos Prazeres, viram brotar os primeiros sinais da genialidade que conduziria seu dileto filho ao mais elevado patamar da glória e da admiração de todo o nosso País. Aos 15 anos de idade Victor é conduzido, a fim de cumprir seu destino de artista genial, para longe de seu lar, longe do seu Estado e, mais tarde, para fora do seu País.

Da sua vasta obra, orgulho da nossa gente, as melhores telas estão espalhadas pelo Museu Nacional de Belas Artes, Museu Histórico Nacional, Museu Imperial e Museu de Artes de São Paulo. Em Santa Catarina algumas cópias e retratos estão sob os cuidados do Hospital de Caridade e Igreja de São Francisco, na Capital; uma "Nossa Senhora da Conceição" está na Igreja Matriz dos Santos Anjos da Laguna; e um retrato do Comendador Rocha, um protetor do artista, quadro pertencente a família Bittencourt, está em Imaruí, além de algumas telas no Museu de Arte de Santa Catarina.

Pouco, muito pouco do que produziu o gênio de Victor, está exposto em sua Casa, situada em Florianópolis. Quadros menores (destaque-se "A Morta"), esboços e estudos, estão a disposição de todos os que desejam conhecer algo mais sobre a época, a obra e o homem que produziu a "A Primeira Missa do Brasil".

 

 

Museu Cruz e Sousa

 

Seguindo o padrão das colônias portuguesas, onde as primeiras edificações eram sempre a igreja, a praça e a sede do governo, o Palácio Cruz e Souza está localizado no Largo da Catedral Metropolitana e em frente à Praça XV de Novembro. Construído no século XVIII, conforme uma planta do brigadeiro José da Silva Paes, servia de residência e local de trabalho para o Presidente da Província e, mais tarde, para os governadores de Santa Catarina. Também chamado de Palácio Rosado - devido à tonalidade de sua fachada - o palácio do governo foi rebatizado de Palácio Cruz e Souza, numa homenagem ao maior poeta catarinense. Até chegar a sua aparência atual, sofreu várias alterações, principalmente durante o governo de Hercílio Luz (1894-1898). Atualmente o prédio abriga o Museu Histórico de Santa Catarina, que reúne imóveis, documentos e objetos pessoais dos governadores que o ocuparam, e está aberto à visitação pública diariamente. 

 

 

Museu de Antropologia da UFSC

(Museu Osvaldo R. Cabral)

 

Localizado no Campus da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, no bairro Trindade, guarda em seu acervo obras de altíssima riqueza cultural do açoriano. A seção de cultura popular documenta a influência cultural açoriana nas diversificadas obras de Franklin Cascaes. Inclui-se também seção de Arqueologia pré-histórica e Etnologia Brasileira.

 

 

Museu Etnológico do Ribeirão da Ilha

 

A colonização açoriana também está documentada neste local, localizado num dos mais típicos e autênticos lugares da Ilha. O próprio distrito do Ribeirão já é um verdadeiro museu ao ar livre, aberto permanentemente à visitação. Localizado na Estrada Geral da Costeira do Ribeirão, sul da Ilha.

 

 

Museu do Homem de Sambaqui

(Museu do Colégio Catarinense)

 

Localizado no Colégio Catarinense, à Rua Esteves Júnior, no Centro, abriga valioso acervo arqueológico coletado nos sambaquis do estado. Encontram-se peças e objetos diversos em pedra, esqueletos humanos e peças cerâmicas como urnas funerárias, entre outros. 

   

 


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Arquitetura

 

 

Ponte Hercílio Luz

 

O mais importante cartão-postal de Florianópolis e durante muitos anos a única ligação entre o continente e a Ilha, a Ponte Hercílio Luz começou a ser construída em 1922, sob orientação de engenheiros e técnicos norte-americanos. Sua conclusão aconteceu quatro anos depois, em 13 de maio de 1926, sem que o governador sob qual mandato a obra foi realizada e que lhe emprestou o nome pudesse vê-la concluída. Trata-se da única sobrevivente de seu modelo e uma das maiores pontes pênseis do mundo. Suas irmãs gêmeas, duas pontes norte-americanas, foram desmontadas antes que desabassem. Possui 819 metros de comprimento e duas torres de 75 metros de altura a partir do nível do mar. Atualmente encontra-se totalmente fechada para qualquer tipo de trânsito, inclusive de pedestres. Isto deve-se a sérios problemas em sua estrutura e ao custo elevado de sua reforma. Vale a pena salientar que admirá-la à distância já é um espetáculo inesquecível, principalmente ao entardecer, quando iluminada.

 

 

Mercado Público Municipal

 

Quem passeia hoje em dia pelo belo Mercado Público de Florianópolis mal sabe que, além de ter representado um grande incremento ao comércio da cidade, originou o nascimento dos primeiros partidos políticos de Santa Catarina. Foi a discussão sobre onde seria erguido o prédio que provocou o surgimento das duas primeiras agremiações partidárias catarinenses. No antigo bairro da Figueira, com seu comércio de produtos agrícolas e pescado, vindos das diversas partes da ilha e continente através de embarcações que aportavam na praia e dos "pombeiros" ou feirantes que deslocavam-se do interior, hoje Largo da Alfândega, surgiu a necessidade da construção de um ponto comercial público. No ano de 1851, entre a Alfândega e a Praça XV, aconteceu a inauguração da primeira versão do Mercado Público, atraindo os moradores da cidade e com seus produtos vendidos a preços mais acessíveis. Anos depois, adquirido pelo Sr. Antônio Castro Gandra, seu construtor, demolindo-o em 1898. A partir de 1895 é iniciada a construção da ala norte do novo mercado onde em 5 de fevereiro de 1899 é finalmente inaugurada. A ala sul, as duas torres e suas ligações foram inauguradas após 40 anos, em 24 de janeiro de 1931 pela firma Corsini & Irmão, na gestão do então Prefeito José da Costa Moellmann. Atualmente o mercado é lugar democrático e principal centro cultural da cidade.

 

 

Antiga Alfândega

 

Construído em 1875 e localizado próximo ao Mercado Público, no Centro, o sóbrio prédio da Alfândega é atualmente um dos principais pontos de arte de Florianópolis. O prédio de arquitetura neoclássica abriga duas entidades ligadas à arte na cidade: a Casa da Alfândega, dedicada à cultura popular, e a ACAP (Associação Catarinense de Artistas Plásticos). Assim, os visitantes podem constantemente apreciar, em suas instalações, exposições de artesanato da região e mostras de arte.

 

 

Antiga Casa da Alfândega de Sambaqui

 

Localizada na tradicional vila de pescadores em Sambaqui. Esta localidade, próxima a Santo Antônio de Lisboa nasceu e cresceu em torno da Casa nos meados do século XIX funcionando por 110 anos a partir de 1854, como posto fiscal, controlando a chegada dos navios na baía norte.

 

 

Casarão da Lagoa

 

Antiga Estação Telegráfica do Correio na Lagoa da Conceição, é um conjunto arquitetônico típico do período pós-Revolução Industrial. Inaugurado em 1912, é o único exemplar dessa arquitetura na ilha. Atualmente está sob responsabilidade da Fundação Franklin Cascaes, que no local administra um centro cultural.

 

 

Praça XV de Novembro

 

Principal marco da cidade. Em 1763, eram registradas somente três edificações no local: a capela, o prédio do Conselho (a Prefeitura) e o Palácio do Governo. Em 1887, foi inaugurado o Jardim Almirante Gonçalves, hoje Oliveira Bello. A Praça XV de Novembro, já foi denominada de Largo da Matriz, Largo do Palácio e Praça Barão de Laguna. Localizada no centro de Florianópolis, local onde Francisco Dias Velho fundou a Vila de Nossa Senhora do Desterro. Abriga em sua área algumas espécies nativas, inclusive uma figueira frondosa e centenária retirada do adro da matriz para ser transplantada no centro da praça, levada por carro de boi, no inicio do século. O jardim foi cercado em 1891, quando de sua inauguração e retirado em 1912. Parte das grades removidas estão no Asilo Irmão Joaquim, parte na Igreja São Francisco, no centro da cidade, e o portão no cemitério São Francisco de Assis, em Itacorubi. Além da "velha figueira", como é carinhosamente tratada, a praça mantém um coreto e um monumento aos mortos em combate na Guerra do Paraguai. 

 

 

Teatro Álvaro de Carvalho

 

"0 teatro de nossa cidade é secular e poucos o conhecem", assim escreveu o poeta. De fato, a história, do hoje Teatro Álvaro de Carvalho. daria um intrincado enredo com centenas de personagens e cenas de intenso conteúdo dramático, que se confundem com a história de Florianópolis.

Tudo começou por volta de 1854, quando um movimento de pessoas ligadas à cultura tomou consciência de que Desterro, a Capital da Província, merecia um teatro amplo e moderno.

Este pequeno prólogo serviu para o desdobramento de muitos atos onde contracenaram políticos, acionistas, jornalistas, povo e até o presidente da província. Finalmente, em 29 de julho de 1857 foi lançada a pedra fundamental do novo teatro.

Começavam as tramas. Só em 5 de junho de 1871 é que o Teatro Santa Isabel, homenageando a Princesa Isabel, foi utilizado, mesmo sem estar concluído. E a inauguração oficial deu-se em 7 de setembro de 1875, com a presença calculada de mais de mil pessoas. Um sucesso.

As marchas e contramarchas da política influíram sempre no andamento das obras de conservação e melhorias. E havia muitas reclamações por causa da iluminação, das cadeiras, da fumaça dos cigarros, do calor excessivo na platéia. Tudo era motivo de amplas discussões do povo em geral. Lembrando que o teatro era o local de encontro, diversão e cultura por excelência naqueles tempos.

E por isso, pelo desencontro de opiniões e interesses, o teatro passou por um período de abandono, quando serviu até como prisão. Mesmo assim achou-se tempo para uma resolução que, em 2 de julho de 1894, mudou o nome para Teatro Álvaro de Carvalho, numa justa homenagem ao primeiro dramaturgo catarinense. Pouco antes da mudança, em 17 de maio, Desterro passou a chamar-se Florianópolis.

Enquanto isso, novas batalhas sucederam-se para tirar o teatro do ostracismo e colocá-lo de novo sob as luzes da ribalta. Até o cinema, que então engatinhava, tentou roubar a cena e nele se instalou. Por volta de 1899 é que foram aplicados recursos de grande monta para recuperação do que ainda se podia chamar de teatro. Assim, como Fênix ressurgindo das cinzas, o Teatro Álvaro de Carvalho entrou no século XX.

Em 1955, mais um grande esforço impôs ao teatro uma radical transformação, não sem antes ser aventada a hipótese das cortinas serem fechadas para sempre, e o prédio demolido.

O certo é que pouco restou da antiga estrutura. A reforma acompanhou a evolução da arquitetura e da decoração, procurando-se uma adequação entre a forma e a função. Mas o novo século não foi uma personagem exclusivamente boa e, em alguns momentos de deslize, levou ao palco filmes, bailes, conferências, acrobacias, palestras e toda sorte de deturpações do seu fim específico. Difícil foi aproximar novamente o teatro, a dança e a música, que desempenham os principais papéis nos dias de hoje.

Entre construção e estréia, abandonos e temporadas, emoções e lágrimas, o Teatro Álvaro de Carvalho completou 100 anos. Ocupa hoje lugar de destaque não só como peça arquitetônica mas como legítimo patrimônio cultural de todos os catarinenses, merecidamente tombado desde 1988, sob guarda da Fundação Catarinense de Cultura. Um local aberto à visitação e às mais talentosas manifestações das nobres artes.

 

 



* Pesquisa de Nilo Marques de Medeiros Filho para o texto do Museu Victor Meirelles